Uma reflexão e um convite

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Quero abrir este espaço de comunicação pra dividir um pensamento com você. Já parou pra avaliar quanto tempo por dia você passa nas redes sociais? Ou, melhor que isso, já verificou os gráficos do próprio celular que mostram isso ou usou algum app de monitoramento? O que você poderia fazer, aprender ou concretizar ao final de um ano, caso investisse esse tempo em outra atividade, todos os dias?

Com a desculpa de que usava o celular pra trabalhar, caí na armadilha de desperdiçar horas preciosas da minha vida enchendo a cabeça de informações e estímulos definidos pelo algoritmo. Finalmente, semanas atrás, resolvi fazer algo a respeito disso e dar um basta. Li um livro que me motivou a aplicar algumas mudanças, até comentei no Instagram a respeito, ironicamente. A decisão de colocar este site no ar com este novo canal de comunicação por e-mail faz parte disso.

Prestar atenção não é apenas uma escolha sobre em que se concentrar, mas também sobre o que ignorar.” Price, Catherine

Esse processo tem sido muito positivo, porque trata-se de um exercício de mudança de hábitos. E mudar é difícil, exige treino, disciplina, constância. Tudo aquilo que falamos que é necessário pra eliminar hábitos nocivos na área da alimentação e construir hábitos saudáveis também se aplica a esta esfera. Lembrando que a forma que alimentamos nossa mente diz respeito à saúde (mental!). Ao escolher ao que quero prestar atenção, preciso decidir do que abrir mão. Nesse exercício, percebi que o mais difícil tem sido conseguir ignorar o que me tira o foco.

“Ignorar é um processo ativo”. Adam Gazzaley

Em um mundo virtual carregado de pop-ups, propagandas, indicações de novos perfis a seguir e compras ao alcance de um clique, é cada vez mais difícil fazermos escolhas conscientes de qual conteúdo consumir. Paralelamente, no mundo real da alimentação, somos bombardeados por tentações coloridas, práticas, irresistíveis ao custo de poucas moedas. Estarmos conscientes das nossas próprias escolhas, ao invés de sermos escolhidos pelas circunstâncias, é um passo fundamental para que possamos treinar essa prática de autorresponsabilidade.

“A diferença entre tecnologia e escravidão é que os escravos têm total noção de não serem livres.” Nassim Nicholas Taleb

Meu convite pra você nos próximos dias é de vir comigo nesse propósito de fazermos melhor uso do nosso tempo. Em vez de interagir roboticamente no Instagram com likes e emojis efêmeros, que tal ler um artigo no site com mais calma e contribuir com suas experiências nos comentários? Eu pretendo priorizar as interações dessa forma, porque sei que a troca pode ser muito enriquecedora. No fim das contas, quando decidimos no que prestar atenção, tomamos uma decisão mais ampla sobre como queremos viver a nossa vida. E eu quero viver a minha com mais calma, menos ruído, menor quantidade de estímulos e mais qualidade.

Um abraço,

Sari

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