O Guia Alimentar para a População Brasileira estabeleceu um novo ponto de vista ao a partir da classificação NOVA, que divide os alimentos em quatro grupos com base nos níveis de processamento e tratamento a que são submetidos. Essa abordagem diferenciada nos permite entender a importância de escolher alimentos in natura e reconhecer suas diferenças quando comparados aos ultraprocessados.
De acordo com a NOVA, os alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, carnes e grãos sem alterações, devem ser incentivados em nossa dieta, junto com ingredientes culinários como óleos, sal e açúcar usados com moderação para temperar e cozinhar. Por outro lado, devemos limitar o consumo de alimentos processados, como conservas e queijos, e evitar ao máximo os alimentos ultraprocessados, como biscoitos, sorvetes, balas, salgadinhos de pacote e refrigerantes, que são repletos de ingredientes pouco saudáveis.
O que são alimentos ultraprocessados?
Os alimentos ultraprocessados são produtos alimentícios criados com o uso de aditivos industriais, emulsificantes, isolados proteicos, óleos interesterificados e/ou gordura hidrogenada. Frequentemente, esses alimentos contêm uma quantidade mínima dos ingredientes originais, o que pode torná-los menos representativos em relação ao sabor e aos benefícios nutricionais. Infelizmente, a maioria desses alimentos hoje em dia contém muita energia proveniente do excesso de carboidratos e gorduras, diluindo a quantidade de proteínas.
Processamento de alimentos
As técnicas antigas de processamento de alimentos desempenharam um papel fundamental na preservação dos alimentos ao longo da história da humanidade. A desidratação, por exemplo, envolve a remoção da água presente nos alimentos, o que reduz significativamente o crescimento de micro-organismos e a deterioração. As conservas usam uma técnica em que os alimentos são imersos em soluções salgadas ou em vinagre para prolongar sua vida útil. As compotas, por sua vez, são preparadas pela fervura de frutas com açúcar, criando uma textura viscosa que ajuda a preservar o alimento por bastante tempo. Por fim, a pasteurização, desenvolvida no século XIX, consiste no aquecimento dos alimentos a uma temperatura específica para eliminar bactérias e micro-organismos prejudiciais.
Essas técnicas históricas de processamento de alimentos permitiram que as pessoas pudessem armazenassem alimentos por períodos mais longos e garantiram o abastecimento durante as estações mais desfavoráveis, contribuindo para a segurança alimentar ao longo do tempo.
Embora a prática de processamento de alimentos seja antiga, a industrialização moderna e a globalização trouxeram novos níveis de processamento, que podem alterar consideravelmente as propriedades dos alimentos. A combinação de altas doses de sal, açúcar e gordura são características comuns dos ultraprocessados, tornando-os atrativos sob a ótica da praticidade e estímulos hiperpalatáveis de sabores e texturas.
Devemos eliminar os ultraprocessados?
Embora a orientação para evitar a maioria dos ultraprocessados seja positiva, é importante considerar o contexto da vida moderna. Em algumas situações, precisamos fazer escolhas entre alimentos processados e ultraprocessados, e é fundamental aprendermos a identificar opções saudáveis. Nesse sentido, consultar a lista de ingredientes e a tabela nutricional é fundamental.
Devemos nos esforçar para priorizar alimentos chamados “comida de verdade” em nossa alimentação, mas é importante reconhecer que vivemos em um mundo moderno, e nem sempre será possível evitar completamente os alimentos processados e ultraprocessados. Faz parte da nossa jornada buscar alternativas saudáveis mesmo entre os alimentos processados (o whey protein é um bom exemplo disso).
Por fim, é crucial desenvolver o hábito de ler os rótulos dos alimentos para que possamos fazer as melhores escolhas em busca de uma alimentação saudável. Lembre-se: pequenas mudanças no dia a dia podem ter um grande impacto em nossa saúde e bem-estar.